Temas

de

fundo

1ª leitura (Pr 9,1-6):  A sabedoria construiu a sua casa e levantou-lhe sete colunas. E, para a festa, abateu os animais, misturou o vinho e preparou a mesa. Depois, mandou as suas servas a anunciar nos pontos mais elevados da cidade: «Venha quem for ignorante!». E mandou dizer aos insensatos: «Vinde e comei do pão e bebei do vinho que preparei. Deixai a insensatez e vivereis. Segui os caminhos do conhecimento».

* Segui os caminhos do conhecimento. O Livro dos Provérbios não será compreensível se não se tiver em conta que se trata de um texto formado por várias unidades «independentes». Está escrito em forma poética e, por isso, as imagens servem para ilustrar a mensagem, de cariz religioso. As «advertências» deste livro provavelmente destinam-se, acima de tudo, aos mais novos, mas isso não quer dizer que não possam aproveitar deles todos. Entre mãos temos o capítulo nono, que apresenta a imagem do banquete organizado pela Sabedoria. O texto contém como que duas espécies de convites: o da D. Sabedoria e o da D. Insensatez. A presente leitura limita-se ao primeiro convite. Mas a «lição» que se pode tirar dela é que quem come o seu pão adquire a inteligência, ou seja, o bom senso e a prudência no agir. E estes dão origem a uma existência alegre e cheia de sentido. Existem, portanto, dois caminhos e as pessoas é que têm que fazer a opção que irá modificar por completo a sua existência.

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2ª leitura (Ef 5,15-20):  Vede bem como viveis. Não procedais como insensatos, mas como pessoas sábias. Fazei bom uso das oportunidades que tendes, pois os tempos estão maus. Não sejais, pois, néscios, mas procurai compreender qual é a vontade do Senhor. Não vos embriagueis com vinho, pois isso só vos leva ao desregramento, mas deixai-vos inundar do Espírito. Juntai-vos e cantai salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e louvai o Senhor com todo o coração. Dai graças por tudo a Deus Pai, sem cessar, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

* Dai graças a Deus por tudo. Continuamos a ler a Carta ao Efésios. O texto escolhido para hoje está perfeitamente relacionado com a leitura dos Provérbios, na medida em que nos convida a não proceder como os insensatos, mas sim como pessoas sábias. A sabedoria, neste caso concreto, consiste em viver segundo a vontade de Deus, na imitação de Jesus Cristo. Os tempos actuais - diz-nos o autor - são maus. Pelos vistos, a convicção de que os tempos estão maus não é exclusiva dos tempos que correm. Seja como for, depende de nós fazer deles tempos de salvação e redenção. Para isso, é preciso seguir os conselhos práticos que o apóstolo Paulo deixa, na procura constante da vontade do Senhor. Chegou a altura de enveredar pela estrada da boa conduta, inundados pelo Espírito (Santo), cantando salmos, hinos e cânticos espirituais para louvar o Senhor de todo o coração.

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Evangelho (Jo 6,52-59): Os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si: «Como é que pode dar-nos a comer a sua carne»? Disse-lhes Jesus: «Digo-vos a verdade: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei para a vida no último dia. A minha carne é a verdadeira comida e o meu sangue a verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e Eu nele. Assim como o Pai, que me enviou, vive e Eu vivo pelo Pai, assim também quem me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Este não é como o que os vossos antepassados comeram. Esses morreram. Quem come mesmo deste pão viverá para sempre». Foi isto o que Ele disse em Cafarnaum, ao ensinar na sinagoga.

* Quem come deste pão viverá para sempre. Esta linguagem é dura? É evidente que sim... sobretudo para quem se aproxima do texto sem fé. Mas, quando se é capaz de se aceitar - precisamente pela fé - o facto e o realismo da Encarnação de Jesus até à morte na cruz, ou seja, uma vez que se é capaz de aceitar que Jesus (feito de carne e osso) se entrega para dar a vida ao mundo, então também é possível «compreender» as palavras duras que os judeus e muitos dos seus discípulos não quiseram aceitar. Como me parece óbvio, o comer e o beber de que Jesus fala não corresponde simplesmente ao comer e ao beber materiais, mas não deixa de ser verdade que quem não se «une» através do sinal sacramental à paixão e morte de Jesus, não terá parte com Ele. Por outro lado, quem for capaz de entrar no seu mistério, tem a garantia da vida que não tem fim e é capaz de dar, por sua vez, essa vida, aos outros.

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*    Comei o pão

      e bebei o vinho

      que eu preparei.

 *   Sabei compreender

      a vontade de Deus.

 *   A minha carne

      é verdadeira comida

      e o meu sangue verdadeira

      bebida.

QUEM

COME

DESTE

PÃO

VIVERÁ

PARA

SEMPRE.

 

  • O banquete é alegria e vida

    Em todas as civilizações «tradicionais», a refeição e o convívio que a rodeia assumem-se como uma realidade de importância social, mas também religiosa. A maior parte das religiões conhece e documenta a existência de banquetes sagrados. Partilhar a mesma mesa, comer em comum, cria entre os convivas vínculos sagrados aos quais se «associam» os próprios deuses. É por isso que, ainda hoje, mesmo nas chamadas sociedades civilizadas, a refeição, o banquete, tem ainda algo de misterioso e sagrado. 

 

   Entre o povo de Israel, o banquete sagrado assume também um significado particular. É a celebração-lembrança dum acontecimento histórico de importância fundamental. Essa refeição renova uma aliança, tornando-se memorial das maravilhas operadas por Deus em favor do seu povo. Assim, em cada ano, o banquete pascal lembra em particular o êxodo, ou seja, o evento libertador por excelência, que actualiza a esperança da salvação através da «memória» das maravilhas do passado. 

 

   O banquete, para os israelitas, simboliza certamente um motivo de tristeza (tantos anos de cativeiro sob o domínio do inimigo), mas é também fonte de alegria pela perspectiva que oferece duma nova situação de povo livre. Mas não é só isso. É também um gesto que se repete sempre para lembrar aos judeus a sua identidade nacional, sem a qual são um país destruído como nação. Esse banquete é, pois, também sinal e factor de vida.

  • O pão que desceu do céu

   Os profetas, durante a história do povo eleito, sobretudo nos tempos de crise, combaterão o desleixo e o esquecimento e ajudarão continuamente as pessoas a tomar consciência de que «celebrar a Páscoa» não se identifica pura e simplesmente com a participação material num banquete, durante o qual se pratica uma série mais ou menos complicada de ritos prescritos pela Lei. É necessária também a conversão do coração, ou seja, a renovação da própria fidelidade à aliança. 

   Jesus, vindo inaugurar uma «nova e eterna aliança», antes de o fazer, vai preparando o seu novo banquete, ao anunciar a existência dum novo pão: «Eu sou o pão vivo descido do céu... Quem come deste pão viverá para sempre». Perante a admiração e a incredulidade dos seus ouvintes, afirma a absoluta necessidade de comer o seu corpo e de beber o seu sangue, a fim de alcançar a vida que conta.

 

   As palavras de Jesus, embora estranhas, são, todavia, tão simples e claras («como pode Ele dar-nos a comer o seu corpo?») que a maioria dos presentes começa a abandonar o local, acabando por ficar praticamente Ele só com os apóstolos e com alguns dos seus discípulos. Aquilo era demais para gente que tinha vindo atrás de Jesus fascinada pelos milagres e também pelo facto de Ele lhes ter saciado a fome.

  • O papel da fé nesta «refeição»

   Mas se, através da fé, formos capazes de aceitar o realismo da Incarnação até à morte na cruz, então talvez não nos pareça tão absurdo este discurso de Jesus. Uma vez que formos capazes de aceitar, pela fé, que a Deus nada é impossível e que Jesus é Deus e que é uma pessoa (carne) que dá a vida do mundo, então estaremos em condições de compreender aquela maneira estranha de falar que os judeus e muitos discípulos não quiseram entender.

 

   Quem quiser possuir a vida, tem absoluta necessidade de comer a carne de Cristo e de beber o seu sangue. Na linguagem bíblica, os termos «carne» e «sangue» indicam a pessoa toda, na sua fraqueza e passibilidade. Por isso, os termos em questão estão a significar que esse comer e esse beber querem dizer unir-se através do sacramento à paixão e morte de Jesus.

  • A Eucaristia também é banquete

   O conteúdo do banquete, como ficou dito, exprime acolhimento, comunicação, hospitalidade. Não é certamente por acaso que é no contexto dum banquete que Jesus comunica aos pecadores o perdão, revela aos pobres o pão vindo do céu e confia os seus segredos aos discípulos e lhes dá a própria pessoa em alimento.

 

   Neste sentido, o ponto de partida para uma realista e concreta interpretação e celebração da Eucaristia é a reflexão sobre a refeição humana. Os homens, regra geral, de modo diferente dos animais, preferem estar juntos para partilhar o alimento. Não se trata, pois, evidente, da simples acção material de dividir os alimentos, mas dum encontro de pessoas, quase dum rito. Também o encontro eucarístico é colocado sob o signo da lei da partilha, da caridade e do serviço recíproco. O episódio do «lava-pés», exclusivo de João e que substitui, ou melhor dizendo, supõe a narração da instituição da Eucaristia, indica claramente a ligação estreita entre a Eucaristia e a doação aos outros. Doação que Cristo irá demonstrar imediatamente a seguir, sujeitando-se à paixão e morte. 

   O primeiro fruto da Eucaristia deve ser, pois, o estabelecer duma comunhão reunida no vínculo duma autêntica e universal fraternidade.

  • Encontro de irmãos no Irmão

   A dimensão comunitária de encontro é então essencial à teologia da Eucaristia. Não basta ter as disposições indispensáveis à recepção do sacramento. É também preciso estar em comunhão de caridade, de fraternidade e de serviço aos outros. «Não é possível que se forme uma comunidade cristã senão tendo como raiz e centro a celebração eucarística, a partir da qual deve, em seguida, proceder qualquer educação tendente a formar o espírito de caridade. E a celebração eucarística, por seu lado, para ser plena e sincera, deve conduzir quer às diversas obras de caridade e de ajuda mútua, quer à acção missionária e às várias formas de testemunho cristão» (documento conciliar Optatam Totius, 6e). 

  Naturalmente, estes vínculos de fraternidade estabelecidos pela Eucaristia devem tecer a trama concreta da existência quotidiana. Doutra forma, seria falsa (ou, se quisermos ser mais suaves, pelo menos não seria autêntica) a participação na Eucaristia. O que já está contido e «cumprido» no rito exige que se cumpra e pratique na vida. A ligação e continuidade entre «rito» e «vida» são absolutamente essenciais para o exercício da lei da caridade universal, em todos os níveis da existência humana no seio da qual esta lei deve ter eco.

 

ASSUNÇÃO DE MARIA

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Série de artigos sobre
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Doutrina da Igreja Católica


Assunção de Nossa Senhora é uma solenidade da Igreja Católica referente à elevação de Maria em corpo e alma à eternidade para junto de Deus de forma definitiva. Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Também não há na Bíblia nenhum relato de que Maria tenha sido levada ao céu em corpo e alma. Desde os primeiros séculos, usou-se o termo dormitio (dormição) no lugar de morte de Maria. A partir do século VIII, no ocidente, o termo dormição foi substituído por Assunção.

O Dogma

O dogma da Assunção refere-se ao facto de que a Mãe de Deus, no fim de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória celestial. Este dogma foi proclamado ex cathedra pelo Papa Pio XII, no dia 1 de novembro de 1950, por meio da Constituição Munificentissimus Deus:

"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus omnipotente, que outorgou à Virgem Maria a sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu".

O Novo Catecismo da Igreja Católica declara:

"A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos" (n. 966).

Nos Livros Apócrifos: Muitas tradições religiosas em relação à Maria, guardadas na memória popular e em dogmas de fé, têm as suas origens nos livros apócrifos. Assim, por exemplo: a palma e o véu de nossa Senhora; as roupas que confeccionou para usar no dia da sua morte; a sua assunção ao céu; a consagração a Maria e de Maria; os títulos que Maria recebeu na ladainha que lhe é dedicada; os nomes do seu pai e da sua mãe (S. Joaquim e Sta. Ana), etc.