|
|
Vou contar hoje, e para finalizar esta série, a última parte do sonho do apóstolo João. A finalidade deste escrito de João era dizer mais ou menos o seguinte: não há mal que sempre dure. Portanto, os cristãos do seu tempo (e os de todos os tempos), embora devendo estar preparados para o pior, não podem desesperar porque, apesar de todas as aparências em contrário, Deus continua a ser o patrão (passe o termo) do mundo...Mas isso não quer dizer que, entretanto, não tenham que fazer as coisas da melhor forma possível, procurando pôr em prática o que é o plano de Deus a seu respeito.
Vejamos então a última parte do sonho de João: «A última coisa em que sonhei acho que é muito importante. Sonhei que tudo tinha mudado por completo. Tudo era diferente do que era antigamente. Vi um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra tinham deixado de existir. Aliás, dava-me a impressão de que o céu e a terra eram uma e a mesma coisa... Tudo me pareceu como uma cidade infinita, uma espécie de nova Jerusalém santa, onde tudo agora estava em ordem. Era assim uma espécie de cidade onde o centro de tudo era o próprio trono de Deus...».
«Reparei também que qualquer pessoa, viesse donde viesse, podia morar nela. Os portões estavam sempre abertos. Deu-me até a impressão que o próprio trono de Deus se estendia e formava como que os limites dessa mesma cidade. Mas isso era apenas aparente, porque, bem vistas as coisas, era uma cidade que não tinha limites. De qualquer forma, quem até então tinha estado triste por ter sofrido muito podia, ao chegar, chorar todas as lágrimas que tinha guardado dentro de si. E era o próprio Deus que consolava as pessoas. Depois essas pessoas não sentiam mais nenhuma dor; acabava-se a dor para sempre...».
E João continua a dizer: «Em sonho, eu percorria a cidade dum lado para o outro. E tudo era harmonia. Não havia lugar para mortes e para odiar os outros. Não havia mais ninguém a estragar as coisas e a explorar os outros. Não havia sequer dinheiro, porque tudo era de todos e ninguém tinha necessidade do que quer que fosse. Quando alguém se encontrava com outro qualquer, tratava-o como se se conhecessem desde sempre...»
«De repente, fui levado por um anjo de Deus para o cimo dum monte, parecia que ficava simultaneamente dentro e fora da cidade. E então pude ver como era bela a cidade. Era uma coisa maravilhosa. Já não havia cadeias, porque não eram precisas para nada. Também não havia quartéis, pois não havia guerras e conflitos. Já não havia fábricas, porque já não era preciso fabricar nada e existia tudo quanto era preciso para ser feliz. Não havia carros, porque as pessoas estavam em toda a parte que quisessem. Eram tão leves como o vento e tão rápidas como o pensamento...».
«E o meu sonho era agora um sonho lindo. Eu até via que as casas e as muralhas eram feitas de pedras preciosas de toda a espécie: jade, safira, esmeralda, topázio, jacinto, ametista, prata e até ouro puro. Até as portas estavam cheias de pérolas e pedras preciosas. E também já não nem templos nem igrejas, porque as pessoas já não precisavam disso para nada. Agora viam Deus face a face. Toda a cidade pertencia a Deus. Ou melhor dizendo, a cidade era como que o próprio Deus...».
«E vi muito mais. Vi muitas árvores verdes ao longo do rio e eram dum verde que deixava a alma cheia de paz e de harmonia. A água do rio era cristalina e transparente como um espelho. Cresciam árvores no meio da rua. As folhas eram sempre verdes e todos estavam contentes com essa explosão de verde. Em toda a parte, havia instrumentos musicais. Quem quisesse, podia compor música, dançar e cantar. Havia constantemente música no ar...».
«Durante esse meu sonho» – continua João – «lembrei-me então dumas passagens da Bíblia que eu tinha aprendido de pequeno e que foram ditas pelo maior dos nossos profetas, antes de Jesus chegar a viver connosco na terra. O profeta fala de cores bonitas e de harmonia. Se calhar, também ele teve um sonho assim. De facto, ele via por toda a parte crianças a brincar e a dançar, quando chegassem os últimos tempos…».
«O sol já não era preciso, porque tudo estava sempre iluminado pelo próprio Deus. Havia desfiles. As crianças brincavam com tudo. Até com os animais: pombas, leões, cachorros, cobras... E nenhum dos animais tinha medo das crianças e nenhuma criança tinha medo dos animais. Era uma cidade onde Deus morava com os homens. É uma cidade assim que Deus quer...».
Ao terminar a sua descrição, João acha que ainda tem mais alguma coisa a dizer aos seus amigos da Igreja da Ásia. É que se recorda que, afinal, o seu sonho ainda não tinha terminado: «Finalmente um anjo disse-me: “O que acabas de ver e ouvir é tudo verdade. O Senhor, Deus dos profetas, enviou o seu anjo para mostrar aos seus amigos o que vai acontecer em breve. Felizes os que guardam as palavras deste livro”. Depois de ouvir tudo isto, prostrei-me diante do anjo para o adorar, mas ele disse-me: “Não faças isso! eu sou apenas um servo, como tu e os teus irmãos. Adora a Deus e só a Ele!».
E o anjo disse ainda a João: «Não seles as palavras de profecia deste livro, mas comunica-as a toda a gente. É certo que continuará a haver injustiça e maldade, mas também é verdade que continuará a haver justiça e bondade. Mas uma coisa é certa: o encontro definitivo com Jesus dar-se-á e então cada um receberá segundo aquilo que tiver feito durante a sua vida. Felizes os que seguirem e aceitarem a mensagem de Jesus. Esses terão direito à Vida e poderão entrar pelas portas da cidade. Ficarão de fora todos os idólatras e os que praticam a maldade».
Aqui tem, amigo ouvinte, a última conversa desta série sobre a vida dum povo. Poderia ter demorado mais tempo. Mas creio que bastam os episódios que fui contando ao longo deste últimos tempos. Espero que este esforço tenha sido útil ao maior número de pessoas. Tenho, aliás, a certeza que foi útil.
Este tipo de programas tem os seus limites e é natural que tenha também os seus críticos. Seria mau sinal se os não tivesse... Na próxima conversa, vou iniciar algo de completamente diferente. Espero ser alvo da mesma benevolência e fidelidade de sempre. E, se possível, também de alguma simpatia. Até lá, muitas felicidades e saúde.