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de

fundo

 

1ª leitura (Miq 5,1-4a): Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre as famílias de Judá, é de ti que me há-de vir aquele que governará Israel. As suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias dum passado longínquo. Por isso, Deus abandonará o seu povo até ao tempo em que der à luz aquela que há-de dar à luz e em que o resto dos seus irmãos há-de voltar para junto dos filhos de Israel. Ele permanecerá firme e apascentará o seu rebanho com a força do Senhor, com a majestade do nome do Senhor, seu Deus. Eles hão-de habitar tranquilos, porque então Ele será grande até aos extremos confins da terra. E Ele próprio será a sua paz.

 

* Chegará o tempo de ela dar à luz.

  Miqueias é um dos chamados profetas menores; não por ser menos importante que os outros, mas por o seu escrito ser relativamente curto. Pelos dados que o seu livro nos deixa, os especialistas em geral são de opinião que, com toda a probabilidade, o autor do livro terá vivido no tempo do grande profeta Isaías (sec. VIII a.C.). Será isso que alguns dos seus textos sejam relacionados com as profecias messiânicas. É, de facto, o caso do texto que temos entre mãos, cujo principal interesse é dizer que a salvação de Deus não vem necessariamente da grande cidade, Jerusalém, mas sim duma pequena aldeia desconhecida na altura. Como me parece claro, não é tanto o lugar geográfico que primariamente interessa, mas sim o significado «teológico», na medida em que a ideia de domínio e poder político e militar não é a que conta (esta é uma ideia frequente nas páginas do AT), mas sim, e sobretudo, a lei da mansidão e do amor. Só isso constitui a garantia da paz de que as pessoas estão à espera.

 

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2ª leitura (Hb 10,5-10): Ao entrar no mundo, Cristo diz: «Tu não quiseste nem sacrifício nem oferenda, mas preparaste-me um corpo. Não te agradaram nem holocaustos nem sacrifícios pelos pecados. Então eu disse: "Eis que venho - como está escrito no livro a meu respeito - para fazer, ó Deus, a tua vontade". Já tinha dito antes: «Não quiseste nem te agradaram sacrifícios, oferendas e holocaustos pelos pecados». E, no entanto, eram oferecidos segundo a Lei. Depois disso, eu disse: «Eis que venho para fazer a tua vontade». Suprime-se deste  modo o primeiro culto para instaurar o segundo. E foi por essa vontade que nós fomos santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita duma vez para sempre.

 

* Vim para fazer a tua vontade.

   Já antes da Carta aos Hebreus, alguns dos profetas tinham vindo a dizer que os antigos sacrifícios de animais não tinham eficácia. É o que repete esta leitura, pelo que era costume repetir sempre os mesmos sacrifícios. A ideia que os profetas e o autor da Carta aos Hebreus querem veicular é que a morte e o sacrifício das vítimas só é agradável a Deus se eles forem acompanhados do cumprimento da sua vontade. Veja-se a este propósito o que se diz no livro de Samuel: «A obediência vale mais do que os sacrifícios e a submissão mais do que a gordura dos carneiros» (1Sam 15,22b). Então, sendo assim, só o «sacrifício» de Alguém que cumpre por completo a vontade de Deus pode ser agradável e eficaz. E assim o período de Natal é precisamente o tempo «oportuno» em que, por assim dizer, nos é dado celebrar o início da oferta desse sacrifício agradável a Deus.

 

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Evangelho (Lc 1,39-45): Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e ela ficou cheia do Espírito Santo. Então, levantando a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meio seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que foi dito da parte do Senhor».

 

* Bendito é o fruto do teu ventre.

   É óbvio que este «quadro» do evangelista Lucas estabelece a ligação entre dois anúncios e dois nascimentos: o de João Baptista e o de Jesus. No caso de Lucas, o papel de «protagonista» cabe a Maria (que aqui é definida como «Mãe do Senhor); mas partindo sempre do suposto óbvio de que quem está sempre por trás de todos os acontecimentos é Deus e o seu Espírito. E então aqui um conceito preponderante é o de fé: assim como a «história da salvação» teve início graças à fé de Abraão, assim também, pela fé de Maria, tem início a nova e definitiva etapa da salvação. Ou seja, através de Maria, é-nos dado o Messias, que é o realizador de todas as promessas de salvação por parte de Deus.

 

PARA ULTERIOR APROFUNDAMENTO, VEJA EM BAIXO.

 

 *    Ele próprio será a sua paz.

 

 *   Vim para fazer a tua vontade.

 

 *   Feliz de ti que acreditaste.

EIS QUE

A VIRGEM

CONCEBERÁ

E DARÁ

À LUZ

UM FILHO.

 

 

Por motivo de falta de disponibilidade, os comentários que se seguem são tirados, traduzidos e adaptados do comentário do «Messale dell'Assemblea Cristiana» e correspondem naturalmente ao IV Domingo de Advento do Ano C.

 

  • Jesus Filho de Maria

     «O filho do Altíssimo, ao tornar-se filho de Maria, gosta de se fazer preceder e anunciar pelos pobres e pelos humildes; quer circuncidar-se de simplicidade e verdade».

 

    «Belém é a mais pequena entre as cidades de Judá, que terá a honra de servir de berço do Messias prometido pelos profetas, aquele que estenderá o seu reino de paz até aos "extremos confins da terra" (1ª leitura). Humildes e pastoris são também as origens de David. O futuro Messias é apresentado mais como descendente de David, pastor de Belém, do que de David, rei glorioso da cidade de Jerusalém. Humildes e pobres são os primeiros portadores da esperança e da salvação. Assim é Maria em relação a Isabel. Pela mesma humildade e pobreza, Isabel, iluminada pelo Espírito Santo, reconhece em Maria a mãe do Salvador e proclama o mistério que nela se realizou».

 

  • Maria, morada vida de Deus entre nós

    «E Maria, irrompendo no canto do Magnificat, pelas grandes coisas operadas nela e pela graça concedida à sua parente, diz: "O Senhor olhou para a humildade da sua serva". A salvação prometida a Israel já começou com a encarnação do Messias. Tudo isto acontece com uma maravilhosa atenção e respeito para com aqueles que são os protagonistas. Sinal deste início é a concessão dos bens messiânicos, espirituais, feita ainda aos pobres, aos humildes, àqueles que se reconhecem necessitados de salvação. Neste momento, Maria é morada viva de Deus entre os homens, é portadora da presença divina que salva».

 

    «O autor da Carta aos Hebreus afirma que, em virtude da sua pobreza e obediência, Jesus Cristo nos mereceu o perdão dos pecados e nos salvou (2ª leitura). Para o encontro dos homens com Deus, pela sua unidade e paz, ocorria no plano de Deus um homem que fosse "plena e totalmente" homem, exceptuando no pecado. Por isso Jesus quis ser filho de Maria».

 

  • Jesus, o homem perfeito

    «O Concílio de Calcedónia (451) proclamou a unidade de Cristo nas suas duas naturezas (divina e humana), sublinhando claramente a verdadeira humanidade de Jesus. Tal definição será defendida pela Igreja, no curso dos séculos, contra aqueles que, à força de sublinhar a divindade, atribuíam a Cristo somente as "aparências" humanas. (E assim) contra todas as tendências que minimizavam a humanidade do Salvador, a Igreja multiplicou as afirmações que põem em relevo até que ponto Jesus é verdadeiro homem».

 

    «Não podemos confundir o mistério da incarnação com uma simples aparição de Deus, uma teofania passageira, como no-las apresenta o Antigo Testamento, em que Deus, para falar ao homem, assume uma forma humana. "O Verbo de Deus, por meio do qual tudo foi criado, feito carne, veio habituar na terra entre os homens, entrou na história do mundo como Homem perfeito, assumindo esta história e recapitulando-a em si" (GS 32».

 

  • Insistindo no assunto

     «Pode parecer estranho, mas ainda hoje muitos cristãos não entenderam de maneira correta que o "filho de Maria" é verdadeiramente homem, homem que nasceu em Belém, que será criança, terá fome e sede, estará sujeito ao cansaço, terá compaixão, experimentará a alegria. De maneira inconsciente, esses cristãos opõem demasiado em Cristo a divindade à humanidade, como se se tratasse de duas realidades antagónicas, como se devêssemos crer que é homem não obstante a sua divindade, enquanto que é precisamente graças à sua divindade que é mais plenamente homem e nunca ninguém foi tão homem como ele».

 

  • Jesus, um de nós

    «Jesus tem fome e sede (Mt 4,2; 21,18; Jo 4,7; 19,28), está sujeito ao cansaço (Jo 4,6), estreita amizades, chora sobre a morte de Lázaro (Jo 11,35), tem compaixão das multidões (Mt 10,36) ou então manifesta-se cheio de alegria pelas realizações de amor do Pai (Lc 10,21). Aproxima os homens com uma simplicidade e uma autoridade impressionantes: os pecadores, os doentes, os que sofrem, encontram nele a compreensão que procuram e, ao mesmo tempo, o apelo enérgico que os converte. Jesus decide-se, dia após dia, pela missão que lhe foi confiada pelo Pai, desde a tentação no deserto até à suprema decisão no Jardim das Oliveiras, onde colhemos a profundidade humana quer dos seus sofrimentos quer da sua aderência ao Pai e à sua vontade (J. Suenens)».

 

    «Cristo, filho de Maria e filho de Deus, entrou na nossa história, no destino humano tão cheio de lutas, provas, esperanças e aí ficou: Ele é "Deus connosco"».

 

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