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Categoria: Domingos do Advento - Ano B
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1ª leitura (Is 61,1-2a.10-11):  O Espírito do Senhor está em mim. Ele me consagrou e enviou a levar uma boa-nova aos pobres, a consolar os aflitos, a anunciar a libertação aos cativos e a liberdade aos prisioneiros. Enviou-me a proclamar o ano da graça do Senhor (que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo). Eu rejubilo plenamente no Senhor e exulto no meu Deus. Ele revestiu-me com as vestes da salvação e envolveu-me num manto de justiça, como um noivo que cinge a fronte de diademas e como uma noiva adornada com jóias. Pois, assim como a terra produz as plantas e do jardim brotam as sementes, assim o Senhor Deus faz germinar a justiça e o louvor diante de todos os povos.

 

* O Senhor salvará o povo.

   Este trecho do III Isaías, citado explicitamente pelo evangelista S. Lucas na apresentação que Jesus faz na Sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,16ss), onde ele tinha sido criado, descreve a missão do profeta em geral como um anunciador de paz e libertação para os pobres, os aflitos, os cativos e os prisioneiros. É esta também a missão de Jesus, o Profeta por excelência, Aquele que não só fala (e age) em nome de Deus (é esse o significado da palavra «profeta»), mas que é a própria Palavra (Verbo) de Deus. Muito para além de todos os eventuais avisos e ameaças que se veja obrigado a proferir, a grande mensagem que todo o profeta tem que transmitir é a de que chegou o tempo em que o Senhor salva o seu povo. Por isso - e sobretudo nos tempos que correm - cominar castigos e anunciar desgraças sem admitir a mínima hipótese de remissão é uma «proposta» que não é proposta de Deus. Para que não fiquem dúvidas, a grande «boa nova» de Deus é que podemos salvar-nos, a partir do momento que acolhemos o convite/ graça de sermos seus filhos e que Ele nos ama sem medida. O profeta não é propriamente o guardião da Palavra de Deus; e muito menos o dono, mas sim e apenas a sua correia de transmissão, digamos assim, e, portanto, não a pode comunicar como se fosse sua propriedade, mas sim - e sempre - como palavra de Deus.

 

PARA ULTERIOR APROFUNDAMENTO, VEJA EM BAIXO.

 

2ª leitura (1Tes 5,16-24):  Estai sempre alegres e orai sem cessar, dando graças em todas as circunstâncias. É esta a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo. Não apagueis o Espírito e não desprezeis as profecias. Examinai tudo, guardai o que é bom e afastai-vos de toda a espécie de mal. Que o Deus da paz vos santifique até à perfeição e que todo o vosso ser – espírito, alma e corpo – se conserve irrepreensível para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que vos chama é fiel e há-de realizar tudo isto.

 

* Dai graças em todas as circunstâncias.

   A noção de «Dia do Senhor», que demonstra toda a sua unidade no capítulo 5 da 1ª Carta aos Tessalonicenses, não deve ser confundida com o conceito de «domingo», mas, antes, deve identificar-se com a «constante» intervenção omnipotente de Deus. E, como se sabe, a intervenção de Deus pode dar-se em qualquer tempo e circunstância. Seja como for, mais que sugerir e alimentar a ideia ou até receios pelo eventual «fim do mundo», o que é preciso é dar sempre graças a Deus pela salvação que Ele nos oferece, em qualquer circunstância pessoal e histórica, já que Ele é fiel e há-de realizar tudo isto. Mais que pensar e preocupar-se com os «últimos tempos» (que, seja claro, já começaram), o que mais importa é estar sempre preparado para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Com a iluminação do Espírito de Deus, é possível chegar a essa descoberta da presença e da ação de Deus, que aponta para uma resposta e uma atitude de confiança, em vez de temor (quando não terror).

 

PARA ULTERIOR APROFUNDAMENTO, VEJA EM BAIXO.

 

Evangelho (Jo 1,6-8.19-20):  Apareceu um homem, chamado João, enviado por Deus, que veio como testemunha, para dar testemunho da Luz e para que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a Luz, mas veio só para dar testemunho da Luz. Este foi o testemunho de João, quando as autoridades judaicas lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: «Tu quem és?». Então Ele confessou a verdade e não a negou: «Eu não sou o Messias».

 

* Veio para dar testemunho da luz.

    A missão de João Batista é, de algum modo, preanunciada pelo profeta Isaías (mais concretamente 40,3, texto lido no domingo passado). O Batista, segundo o evangelista Mateus, merece o maior elogio por parte de Jesus (11,11): «Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista». Marcos (1,6), por sua vez, apresenta-o com a indumentária dos profetas do Antigo Testamento; como foi, por exemplo, o caso de Elias que, como João, se vestia de peles e trazia um cinto de couro à volta dos rins (cf. 2Re 1,8). Seja como for, a descrição que dele fazem os sinóticos pode dar origem a uma ideia um tanto «antipática» do pregador do Jordão e precursor do Messias que estava a chegar. É que a imagem que pode prevalecer é, erroneamente, a de uma criatura sempre aos berros. O evangelista João (trecho de hoje) é muito mais sóbrio, sendo que, no Prólogo do seu evangelho, define a missão dele como a de alguém que vem dar testemunho da luz. E deve ser esta a especial faceta da missão do Batista.

 

PARA ULTERIOR APROFUNDAMENTO, VEJA EM BAIXO.

 

 

*Alegro-me plenamente no Senhor.

 

Que todo o vosso ser (espírito, alma e corpo) se conserve irrepreensível para a vinda do Senhor.

 

*   No meio de vós está alguém que vós não conheceis.

 

 

 

ELE (JOÃO)

CONFESSOU:

EU NÃO SOU

O MESSIAS.

 

 

    Que este subtítulo não induza em erro, levando porventura a julgar que é meu objetivo hoje referir-me à «teologia da libertação» ou à chamada «opção preferencial pelos pobres». O que gostaria de realçar neste contexto é apenas que Deus, Aquele que se vem fazendo um de nós em Jesus, quer ser «pobre». Essa é uma realidade que, no contexto das páginas do Evangelho, ninguém se atreverá a negar. Com a sua vinda, Ele contesta as imagens que espontaneamente os contemporâneos de Jesus tinham acerca do Messias e também as ideias que, com frequência (eu diria, infelizmente), ainda continuamos a alimentar acerca dele.

 

    Deus desfaz assim os «parâmetros» de poder e de um certo esoterismo só acessível a alguns priviligiados, que qualquer religião se acha no direito de impor à divindade. Esta mentalidade que «privilegia» a omnipotência é mais fácil de defender, quando se parte do princípio de que Deus, na sua qualidade de Ser todo-poderoso, pode fazer tudo («a Deus nada é impossível»). Isto é verdade. Mas porque é que nos custa também admitir que, querendo assumir a condição do homem, Ele tenha querido escolher precisamente a condição mais humilde? Se, para além disso, a Deus nada é impossível, porque seria impossível fazer-se pobre? Se Ele, como gostamos de admitir (e com razão), é todo-poderoso, então pode fazer o que muito bem entender, passe a expressão! E, portanto, também fazer-se um de nós. Mas isso, às vezes, parece que não nos cabe na cabeça. Mal de nós quando pensamos que podemos afirmar e decidir o que Deus pode e deve ser. Mas o certo é que Ele é também infinitamente livre e faz como Ele julga.

 

    O Deus «Totalmente Outro», o Deus «diferente de todos os deuses», em termos teóricos, parece, à primeira vista, muito mais «credível», a quem procura uma explicação religiosa do universo, se for apresentado em toda a sua inacessibilidade, omnipotência e esplendor. Para nós, um Deus que não se possa conceber como um menino indefeso não faz muito sentido. De resto, há uma linha profética (não a do profetismo autêntico) que apresenta aos hebreus o Messias segundo categorias de poder, vitória e «domínio» universal. A mentalidade dos hebreus foi moldada na experiência empolgante do êxodo, apesa da infidelidade constante do povo rumo ao país da liberdade. Isto era para os hebreus um ponto de referência e de paratida fundamentais. Mas será mesmo essa a «opinião» de Deus?

 

    A visão dum Messias poderoso, vitorioso e dominador é apenas uma visão parcial da posição dos profetas. Com o exílio, que favorece a reflexão e a interiorização, a visão sobre o Messias, cuja missão é salvar o povo, é uma visão mais interior, uma visão nova, uma visão mais espiritual. O poder do Messias irá manifestar-se e exercer-se com toda a certeza, mas não segundo o aparato político ou social - e muito menos militar - com que muitos ontem e hoje sonhavam e continuam a sonhar, mas sim segundo um modo de proceder que cuja atuação se baseia na interioridade das pessoas.

 

    É um facto que a libertação neste sentido (libertação global) tem muita dificuldade em «fazer carreira». É que há a tendência a pensar que a libertação passa sempre pelo arredar e eventual eliminação de algumas pessoas. Por outras palavras, o que costuma acontecer é sermos levados a pensar que, sem a substituição duns pelos outros, não há libertação. Dito doutra maneira, há uma «teoria» segundo a qual é necessário arrasar as estruturas existentes para as substituir, custe o custar e seja como for, por outras supostamente mais justas. Ora bem, é precisamente a substituição violenta o equívoco que se deve evitar. A violência gera violência, a subordinação gera subordinação e, por isso mesmo, insubordinação; o domínio gera revolta. A mudança dumas pessoas por outras ou dum sistema por outro não equivale necessariamente a uma mudança autêntica. Os povos estão fartos de saber essas coisas por experiência própria e, no entanto, parece que não querem aprender.

 

    É certo que Isaías (1ª leitura), numa linguagem poética, fala também duma libertação política concreta em termos históricos: ou seja, da libertação do cativeiro da Babilónia, cujo início teve lugar em 586/7 a.C. e cujo desfecho final se deu em 538 a.C. No entanto, a sua linguagem tem um alcance que vai muito para além das palavras pronunciadas e do que realmente aconteceu.

 

    É também um facto que a imagem que o profeta transmite aos seus leitores é uma imagem ideal (perfeita demais para ser verdade), mas o certo é que, após o regresso dos hebreus cativos à sua terra, nem tudo foram rosas na vida dos israelitas. Pois bem, o profeta Isaías não usa imagens ousadas e otimistas só pelo gosto de alimentar ilusões e sonhos irrealizáveis. Só que, na circunstância, essa era a única forma de, em primeiro lugar, os encorajar a voltar para a sua pátria. Mas, em segundo lugar, era também a forma de «obrigar» os seus concidadãos a pensar nos motivos por que lhes tinham acontecido tantas desgraças e para os questionar se a paz e a tranquilidade que Deus queria não seriam de outra espécie...

 

    Nesse aspeto, a mensagem de Isaías, vestida em roupagem figurada, continua a ter atualidade, na medida em que, afinal de contas, se trata de uma mensagem destinada a todas as nações. No contexto bíblico, nunca se deve esquecer que qualquer sentido de cariz político ou mesmo diretamente social, que seja possível entrever, é sempre subordinado a um outro sentido mais profundo, que é a libertação e salvação total. Donde se segue que, mesmo hoje, quando os novos «profetas» se referem a uma sociedade ideal, é provável que tenhamos que suspeitar que também eles não se referem apenas a mudanças de ordem política e social, mas se estejam a referir, quem sabe, a algo mais.

 

    A resposta temo-la em textos que são clássicos: os pobres, os cativos, os cegos, os oprimidos (cf. Lc 4,18), os que choram, os mansos, os que têm forme e sede de justiça, os que praticam a misericórdia, os puros e simples de coração, os pacificadores, os que sofrem (cf. Mt 5,4ss). Todos esses são os privilegiados, simplesmente porque, em princípio, estão mais disponíveis ao anúncio da salvação. São aqueles que se não fazem fortes da sua própria suficiência pessoal ou segurança material. E, por isso mesmo, estão mais atentos à Palavra de Deus e são capazes duma fidelidade simples e sólida às propostas de Deus, que passam também pelo respeito e pelo amor ao próximo.

 

   Certamente há o perigo de «idealizar» a sorte dos miseráveis na terra de tal maneira que bastaria ser miseráveis de verdade para tudo estar a postos; ou seja, como se a pobreza ou a miséria em si mesmas fossem condição que conduz mais directamente à realização do Reino de Deus. Uma tal premissa seria perigosa, pois acabaria por justificar o que é injustificável: ou seja, o «truque» seria convencer o pobre a não fazer nada para mudar a sua situação (supondo - erradamente - que essa seria a condição para receber os «favores de Deus»). Ora, a verdade é que não se trata de «canonizar», de modo nenhum, a miserabilidade de quem quer que seja. Se alguma coisa é canonizada é precisamente a disponibilidade de fundo de quem é pobre e é a isso que se faz referência.

 

   Além disso, embora inadvertidamente, corremos o risco de cometer o erro de identificar pobreza ou pequenez «material» com pobreza ou pequenez tout court. Ou seja, seria um descanso e uma consolação para nós (a quem, de resto, se calhar, não falta o essencial e, por vezes, nem sequer o superficial). Poder falar de alegria messiânica às massas que lutam dia a dia com dificuldades para terem o pão quotidiano seria uma maneira muito cómoda de nos desresponsabilizarmos do dever de as ajudar. Seria como que justificar a bom mercado e de «consciência tranquila» a nossa falta de compromisso com um apelo à «bem-aventurança» que é atribuída a quem nada tem. Como seria também decetivo, passe o termo, tentar convencer as pessoas de que a miséria e a pobreza materiais são a garantia autêntica do Reino.

 

   Jesus passou ensinando e fazendo o bem, diz Pedro em Os Atos dos Apóstolos (cf. Act 10,38). E assim começou a construir o Reino. Mas, ao falar do Reino, Ele não se limitou a falar dum futuro mais ou menos longínquo. Preocupou-se também com as necessidades reais e «atuais» dos seus contemporâneos. Teve vísceras de compaixão para com as multidões famintas e sedentas que a Ele acorriam, e a quem Ele curava as enfermidades do corpo e da alma e matava a fome com o pão e com o peixe. A esperança messiânica não é, pois, só algo que fica situado para o além. Para os mais miseráveis, essa esperança concretiza-se também na presença amiga daquele que lhes estende a mão benfazeja para vir em seu socorro em qualquer necessidade extrema ou para partilhar da sua sorte, tornando assim palpável o anúncio dum mundo melhor.

 

   O mundo melhor não é reservado para além deste «vale de lágrimas». O Cristo que é anunciado não é apenas alguém que está para vir, mas alguém que já veio e que já vive no meio dos homens. O seu Reino é uma realidade que já está no meio de nós, no meio dos homens de hoje, embora ainda não de maneira completa e definitiva. É, portanto, evidente que o Reino tem a ver também com a realidade do dia a dia. Mas é igualmente evidente que o seu conteúdo não se limita e não se esgota nos aspectos sociais da vida humana. Por outras palavras, Jesus veio também curar e saciar as pessoas, mas não veio só e sobretudo para isso. Melhor, veio para curar outro tipo de doenças e para tirar outro tipo de fome. O seu Reino inicia-se neste mundo, mas não é deste mundo.

 

    Usando termos que poderão parecer algo pretensiosos, eu diria que o cristianismo não é um socialismo, seja de que cor for, mas, se quisermos usar expressões do género (sempre redutivas), um «humanismo», na medida em que o seu objeto é o homem na sua dimensão total. Como me parece natural, trata-se de um humanismo que entende o homem não apenas na sua componente de materialidade, digamos assim, mas sim na sua totalidade de matéria e espírito.

 

   Jesus veio viver com os judeus do seu tempo e eles, como diz João no prólogo do seu Evangelho (cf. Jo 1,11), não O reconheceram. Atualizando a mensagem, Ele continua a vir para viver no meio de nós, por mais negativos que possam parecer os sinais dos tempos. Mas, como naqueles tempos, também nós nos arriscamos a não O reconhecer. Ele não é só um teórico da fraternidade universal, que oferece garantias duma felicidade meramente terrena, não é só o taumaturgo extraordinário que resolve todos os problemas dos homens com a varinha mágica e infalível do seu poder. De resto, nem nós aceitaríamos de bom grado um Cristo que nos dispensasse de sermos homens livres e dotados de vontade, como realmente fomos criados.

 

    Se o Homem-Deus manifestou atenção especial pelos pobres, pelos marginalizados (e é assim), não foi porque tivesse a intenção de fomentar uma revolução de tipo puramente político e social, mas porque verificou, no dia a dia, que os mais carenciados tinham mais fé e, por isso, se abandonavam confiadamente a Deus com muito mais facilidade. O que não significa - é evidente - que Ele não fizesse também tudo o que achava conveniente para ultrapassar as barreiras (também de tipo material) que separavam irredutivelmente essas pessoas das outras. Isso não tira também que a vivência da sua doutrina não conduza à mudança das estruturas humanas que atentam contra a dignidade da pessoa. Como me parece óbvio, a doutrina de Jesus Cristo tem, portanto, implicações na ordem social e política. Mas o que não se pode esquecer é que não é esse o prisma principal sob o qual se deve olhar para ela.

 

   A intervenção de Jesus na história gera uma atmosfera de novidade que se traduz em mudança e em alegria. Mas esta alegria consiste sobretudo na certeza de que em Deus temos um Pai que nos ama e tudo conjuga para o nosso bem (até o mal).

 

   Dita assim, esta afirmação poderá fazer sorrir os mais cínicos e incrédulos, talvez por entenderem que é algo de demasiado ingénuo e utópico e, por isso, classificam esse modo de pensar como crendice e ignorância científica. Mas isso não é culpa da afirmação em si. O facto de Deus tudo conjugar para o nosso bem não quer dizer que nós possamos ficar de braços cruzados à espera que as coisas aconteçam. Isso não justifica, pois, nenhuma atitude de imobilismo, na medida em que não é razão para esperar tudo de maneira passiva do alto. É, isso sim, a alegria daqueles que descobrem vivencialmente que são chamados a contribuir para a edificação do mundo.

 

    O cristão é aquele que sente que deve viver na terra uma existência igual à de qualquer outro homem, mas que tem, além disso, a certeza da salvação total, a certeza de que a história tem um sentido mais profundo e não se esgota na simples dimensão temporal. Nesse sentido, o crente

é capaz de reconhecer em todos os acontecimentos a irrupção do Reino que nunca cessa de vir. Isso transmite uma alegria profunda que o cristão, que o seja de verdade, não é capaz de conter em si. É essa alegria que faz com que ele dê testemunho de que, para além da contingência e relatividade da vida de todos os dias, há qualquer coisa de impalpável pela qual o homem anseia, embora a não saiba explicar.